IPVA e IPTU: parcelar ou aproveitar os descontos do pagamento à vista? IPVA

IPVA e IPTU: parcelar ou aproveitar os descontos do pagamento à vista? IPVA


 

SÃO PAULO – Quando o assunto são as contas, o começo do ano é largamente conhecido como um período complicado. Além das diversas despesas, os contribuintes ainda ficam na dúvida se devem parcelar ou aproveitar os descontos oferecidos no pagamento à vista dos impostos como IPVA e IPTU.

No caso do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), é possível quitá-lo à vista, com um desconto de 6% ou parcelar em 10 pagamentos iguais, com cada parcela correspondendo a 10% do valor total do imposto. Já o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) pode ser quitado em uma parcela, com desconto de 3%, ou em três pagamentos iguais, sem o desconto. Lembrando que os descontos valem apenas para São Paulo (cidade e estado, respectivamente).

Frente a tais opções de pagamento, qual o melhor negócio? Boa parte dos especialistas consultados pela equipe InfoMoney concordacom a seguinte resposta: depende. O educador financeiro Reinaldo Domingos explica que, antes de optar por uma ou outra forma de pagamento, é preciso observar qual a situação financeira do contribuinte: endividado, não endividado ou investidor?

“Para quem tem o dinheiro, o melhor caminho é pagar à vista e aproveitar os descontos de 3% do IPVA e os 6% do IPTU, pois não existe nenhuma aplicação de renda fixa que pague isso”, diz Domingos. Caso esteja endividado, a melhor opção deve ser o parcelamento mesmo. Nesses casos, explica Domingos, não vale a pena pegar empréstimo em nenhuma instituição financeira para quitar o imposto à vista, mesmo porque as taxas de juros não compensam o valor do desconto.

Sem vantagemO coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina, Reginaldo Gonçalves, diz que, mesmo nos empréstimos mais baratos, os consignados, as taxas ao mês são por volta dos 2%, sendo que não compensam da mesma forma. O professor do Ibmec Rio, Roberto Zentgraf, concorda: “quando você prefere financiar, está tomando dinheiro emprestado e pagando juros mais caros do que o desconto do imposto”.

O educador financeiro Mauro Calil tem a mesma opinião. “É uma decisão que depende de alguns fatores. Quem tem o dinheiro para fazer o pagamento à vista tem que calcular o quanto de juros ele receberia no prazo do parcelamento versus o desconto do pagamento à vista; assim, se encontrar uma aplicação que renda mais do que o desconto, ela será um bom negócio”.

“Para quem tem o dinheiro aplicado em caderneta de poupança, vale a pena retirá-lo e fazer o pagamento à vista, pois o 0,6% de rendimento mensal dessa aplicação não supera o desconto do imposto“, analisa Calil.

Realidade financeira
Mas não são só os rendimentos que os contribuintes devem considerar na hora de tomar tal decisão. De acordo com Domingos, é preciso observar os gastos futuros e analisar se você não vai precisar de dinheiro mais para frente. Aqui, pode ser mais interessante guardar esse dinheiro. “Nesse caso, não oriento queimar essa reserva. É melhor perder o desconto do que correr o risco de ter que tomar crédito caro em uma eventualidade”.

Na prática, se o contribuinte tem o dinheiro para pagar os impostos à vista, mas em poucos meses sabe que vai precisar de recursos para uma grande festa ou outra eventualidade, é melhor pagar de forma parcelada os tributos do que ter de solicitar crédito mais para frente, com altas taxas de juros.

Por fim, os especialistas ainda fazem uma última observação a respeito do pagamento de impostos. Caso o contribuinte se encontre em uma situação em que não consegue nem ao menos pagar o valor do imposto do seu automóvel ou de sua casa, talvez seja o momento de repensar suas posses e avaliar se não está comprando e vivendo além da sua realidade financeira.

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