Em 2000, pesquisadores encontraram uma supercolônia gigante que ocupa todo o sul da Europa, estendendo-se por 6 mil quilômetros, de Portugal à Grécia (o litoral da Argentina, só para lembrar, tem 4,7 mil quilômetros). São milhões de ninhos diferentes e bilhões de operárias. “Conheço pelo menos cinco supercolônias, mas provavelmente há outras”, diz Alex Wild, biólogo especializado nas argentinas. O sucesso desses países subterrâneos é a parceria. Enquanto formigueiros comuns travam disputas entre si, os da supercolônia não competem uns com os outros.
É a maior unidade cooperativa do mundo. As supercolônias existem também nos Estados Unidos, no Japão e na Austrália. Por isso, é difícil encontrar uma formiga urbana que não seja a argentina, cientificamente conhecida como Limepithema humile, em lugares tão distantes como Chile, Portugal e Califórnia. Lá, aliás, as argentinas dizimaram os lagartos-de-chifres, cuja população caiu pela metade depois que as invasoras fizeram sumir do mapa outras formigas que eles comiam. Essas formigas não passam batido. E são versáteis. “Como conseguem criar formigueiros rapidamente em diversos ambientes, as argentinas se estabelecem facilmente em novos lugares”, diz Wild. E, para piorar, são resistentes aos inseticidas comuns, o que faz delas formigas quase invencíveis.
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