Alguns povos nos tempos antigos, como os egípcios, praticavam a circuncisão, ou seja, a retirada do prepúcio, a pele que cobre a extremidade do órgão sexual masculino. Onde Abraão nasceu, porém, não havia esse costume. Na realidade, Abraão permaneceu incircunciso a maior parte de sua vida. Além disso, antes de ser circuncidado, Abraão provou que era homem corajoso. Com um pequeno grupo de homens, ele perseguiu e derrotou os exércitos de quatro reis que haviam capturado seu sobrinho Ló. (Gênesis 14:8-16) Cerca de 14 anos mais tarde, Deus ordenou a Abraão que fosse circuncidado e que circuncidasse todos os de sua casa. Por que Deus deu essa ordem?
Certamente isso não era um sinal de que Abraão tinha passado da juventude para a vida adulta. Afinal, ele tinha 99 anos! (Gênesis 17:1, 26, 27) Deus explicou por que deu essa ordem, dizendo: “Tereis de ser circuncidados na carne dos vossos prepúcios, e isso terá de servir de sinal do pacto entre mim e v
ós.” (Gênesis 17:11) Esse pacto abraâmico incluía a promessa de Deus de que, por meio de Abraão, “todas as famílias do solo” por fim receberiam grandes bênçãos. (Gênesis 12:2, 3) Assim, aos olhos de Deus, a circuncisão não tinha nada a ver com masculinidade. Ela era feita para indicar que a pessoa fazia parte dos descendentes israelitas de Abraão, que tinham o privilégio de ser “incumbidos das proclamações sagradas de Deus”. — Romanos 3:1, 2.
Por fim, a nação de Israel mostrou-se indigna dessa confiança por rejeitar o verdadeiro Descendente de Abraão, Jesus Cristo. Assim, Deus rejeitou os israelitas, e a sua condição de circuncisos não significava mais nada para ele. No entanto, alguns cristãos no primeiro século EC insistiam em dizer que a circuncisão ainda era um requisito de Deus. (Atos 11:2, 3; 15:5) Por causa disso, o apóstolo Paulo enviou Tito a várias congregações para ‘corrigir as coisas defeituosas’. Paulo escreveu a Tito sobre um desses defeitos: “Há muitos indisciplinados, conversadores improfícuos e enganadores da mente, especialmente os homens que aderem à circuncisão. É preciso fechar a boca de tais, visto que estes mesmos persistem em subverter famílias inteiras por ensinar
em coisas que não deviam, por causa de ganho desonesto.” — Tito 1:5, 10, 11.
O conselho de Paulo ainda se aplica hoje. Certamente seria contrário às Escrituras um cristão verdadeiro sugerir que o filho de outra pessoa seja circuncidado. Em vez de se tornar “intrometido nos assuntos dos outros”, o cristão deixa que os pais tomem essas decisões de natureza pessoal. (1 Pedro 4:15) Além disso, Paulo foi inspirado a escrever sobre a circuncisão segundo a Lei mosaica: “Foi alguém chamado no estado circunciso? Que não se torne incircunciso. Tem alguém sido chamado na incircuncisão? Não seja circuncidado. A circuncisão não significa coisa alguma e a incircuncisão não significa coisa alguma, mas sim a observância dos mandamentos de Deus. Em qualquer estado em que cada um foi chamado, neste permaneça.” — 1 Coríntios 7:18-20.