Você provavelmente já deve ter ouvido falar sobre a campanha de lançamento da vacina contra HPV para meninas de 9 a 13 anos pelo sistema público de saúde.
O esforço de divulgação e conscientização da campanha não é à toa, já que o HPV é um vírus sexualmente transmissível.
Atualmente, existem mais de 100 tipos de HPV – alguns deles podendo causar câncer, principalmente no colo do útero e do ânus. Entretanto, a infecção pelo HPV é muito comum e nem sempre resulta em câncer.
No entanto, muitos pais ainda não se sentem seguros em deixar que suas filhas tomem a primeira dose da vacina. Já existe até uma página no Facebook chamada “Sou contra a vacina do HPV”, em que pais e profissionais de saúde postam reportagens, estudos e avaliações contrárias à imunização.
O médico Jarbas Barbosa, Secretário de Vigilância em Saúde e um dos principais porta-vozes do Ministério da Saúde, admite que já era esperada uma certa reação negativa por parte de alguns pais: “É uma vacina nova, sempre causa estranhamento. Na época da vacina da gripe, espalharam pela web que queríamos ‘matar velhinhos’ e diminuir o pagamento das aposentadorias”, observa.
“Acreditamos que isso vá passar logo e que as recusas serão muito poucas.”
Ele lembra que a vacina pode ser nova aqui, mas que milhões de pessoas já foram imunizadas em outras partes do mundo. “Podem procurar na web sobre efeitos adversos referentes a vacinas e encontrarão uns 12 mil casos, mas a maioria é leve como dor local, vermelhidão, náusea a até desmaios, mas estes por causa da injeção, mesmo”, diz. É por isso que as meninas, ao serem imunizadas, são orientadas a aguardar 15 minutos e a não praticarem exercícios físicos logo após receberem a dose.
O imunologista Eduardo Finger, professor da Santa Casa de São Paulo e coordenador de pesquisa e desenvolvimento do SalomãoZoppi Diagnósticos acredita que “Sendo o HPV um vírus extremamente disseminado, o benefício é grande para um risco pequeno”, defende. Ele ainda enfatiza que há alguns cânceres provocados pelo HPV, como os de boca, garganta e ânus, que só são diagnosticados quando já são uma ameaça para o paciente. “Se eu tenho a chance de prevenir, por que não vacinar?”, questiona.
Feito por Marília Rocha
O que é importante saber sobre a vacina contra o HPV
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