Por que os Gatos Caem de grandes alturas e não morrem?
Devido aos seus ancestrais hábitos arborícolas, este felino domesticado tem várias adaptações que lhe permitem cair “de pé”, reduzir a velocidade de queda e amortecer o impacto ao chegar ao solo.
É do conhecimento comum que os gatos domésticos são capazes de grandes proezas acrobáticas ao conseguir cair de alturas que matariam qualquer pessoa, aterrando de pé e, frequentemente, quase sem se lesionarem.
Com efeito, um estudo realizado numa clínica em Nova Iorque revelou que dos 132 felinos que entraram após quedas consideráveis, 90% sobreviveram e apenas 37% necessitaram de cuidados de emergência, destacando-se o caso de um animal que caiu de uma altura de 32 andares e apenas lascou um dente e colapsou um pulmão, o que exigiu apenas um internamento de 48 horas.
A chave desta intrigante capacidade destes animais com que partilhamos a casa reside nos seus ancestrais hábitos arborícolas. À semelhança do que acontece com outras espécies que trepam e se deslocam longe do solo, os gatos desenvolveram um conjunto de adaptações que permitem que uma eventual queda, a que estão sujeitos a qualquer momento, não seja nem fatal nem incapacitante.
Em primeiro lugar, os gatos apresentam uma elevada proporção área-peso, que permite reduzir a força com que embatem no solo e atingem uma velocidade terminal – velocidade a que o efeito da gravidade iguala a resistência do ar – inferior à de outros animais.
Por outro lado, estes animais domésticos têm uma grande capacidade de perceber “onde” está o solo, o que lhes permite rodar o seu corpo no ar de tal forma que ficam “de pé”, isto é, com as patas posicionadas sob o tronco.
No entanto, à medida que desce em queda livre as patas não estão completamente verticais mas algo oblíquas. Esta postura permite não só aumentar da área de superfície e assim incrementar a resistência oferecida pelo ar, mas também cair de forma que as patas funcionam como amortecedores – a elasticidade dos desenvolvidos músculos das patas, reduz a força de impacto, impacto este que é suportado não pelos ossos, como aconteceria se as patas estivessem verticais, mas sim, pelas articulações.
No entanto, a obesidade de que sofrem muitos animais domésticos de áreas urbanas, pode interferir no seu desempenho acrobático, sendo por isso, preferível prevenir as quedas através da colocação de redes nas janelas das habitações.