Mônica Bergamo, colunista do jornal Folha de S.Paulo, procurou Rafinha Bastos para explicar uma piada sobre uma empresa que investe pesado em publicidade. Durante um show, segundo relato da revista Veja, ele ironizou a Nextel. “É celular usado por traficante, e o pior é que eles sabem disso. Não é à toa que têm Fábio Assunção como garoto-propaganda.”
Segundo relato da Folha Online, versão eletrônica do jornal, o humorista respondeu grosseiramente ao pedido para explicar a piada. “Chupa o meu grosso e vascularizado cacete.”
Mônica Bergamo divulgou em primeira mão a suspensão de Bastos do “CQC“. A Folha Online foi o veículo de comunicação que deu amplo destaque para o comentário que deu origem ao afastamento. “Eu comeria ela e o bebê”, disse ele sobre a cantora Wanessa Camargo, no programa exibido no dia 19 de setembro, há quase um mês.
A resposta grosseira a um pedido de entrevista para explicar uma piada sobre uma operadora de celular foi um prato cheio para aqueles que monitoram o humorista. Após um comentário infeliz sobre a esposa de um empresário, Bastos disparou sua metralhadora verbal contra uma jornalista de um grande veículo de comunicação.
Novamente, uma frase virou notícia, que logo terminou em julgamento irascível nas redes sociais.
Horas depois, momento de êxtase para aqueles que exigem explicações ou pedidos de desculpas para piadas. Bastos pediu demissão da Band há uma semana, segundo o jornalista Flávio Ricco, do UOL. Para a repórter Thaís Pinheiro, do jornal O Estado de S.Paulo, ele confirmou a informação de forma educada. “É a mais pura verdade. Tenho muito a dizer, mas este não é o melhor momento. Obrigado pela atenção.”
Ficou, então, determinada a rápida sentença, algo comum em tempos de Twitter: acabou para o humorista. Pouco importa o interesse da Record, do SBT e da RedeTV!, que aguardam o fim do imbróglio com a Band para fazer uma proposta de trabalho. Notícia de Keila Jimenez, em blog na Folha Online.
No mesmo dia em que mais um episódio do reality show em torno de Bastos foi ao ar por aqui, direto da Inglaterra foi possível observar que monitorar piadas não é prática genuinamente brasileira. Terry Jones, integrante do elogiado grupo de humor Monty Python, reconheceu que dificilmente realizaria o filme “A Vida de Brian” atualmente. Lançada em 1979, a comédia faz uma sátira à época de Jesus Cristo, com fortes críticas a alienação de massa. Há 32 anos, criticar a Igreja, segundo Jones, “era como chutar cachorro morto”. Hoje, um filme sobre qualquer religião seria praticamente impossível. “Pensaríamos duas vezes antes de fazê-lo.”
Em meio a tantas “certezas” instantâneas sobre o futuro de Rafinha Bastos, sobram perguntas sem respostas. Por que ele deve explicações sobre uma piada feita durante um show? A quem interessa estender o reality show em torno de sua suspensão do “CQC“? Afinal, quem é Rafinha Bastos senão produto deste meio que o condena?
Fonte Yahoo