As comissões que investigam os crimes da ditadura estimam que, no total, mais de 100 mil pessoas foram detidas e perto de 10 mil, voluntária ou involuntariamente, tiveram de deixar o País, como fez o então professor de sociologia Fernando Henrique Cardoso. Os números oficiais mostram que entre os civis 7.697 foram formalmente acusados na Justiça Militar, 10.034 foram indiciados em inquérito, quatro receberam a pena de morte, 130 banidos e 4.862 adversários políticos tiveram seus mandatos cassados.
Nas Forças Armadas, 6.592 militares que se opuseram ao golpe acabaram expulsos e muitos deles – como o capitão Carlos Lamarca ou Osvaldo Orlando da Costa, o carismático guerrilheiro do Araguaia que havia alcançado a patente de primeiro tenente do Exército no Rio – foram “exemplarmente” executados. Os líderes que não fugiram do País ou acabaram sendo trocados por autoridades estrangeiras sequestradas, como Carlos Marighella, foram caçados e executados.