As provas têm um total de 180 questões objetivas e uma redação. A metodologia das perguntas de múltipla escolha, no entanto, é diferente do que costuma ser apresentada na maior parte dos vestibulares tradicionais. E a nota dos candidatos não é calculada apenas a partir do número de questões acertadas.
Chamada de Teoria de Resposta ao Item, ou TRI, a metodologia confunde muitos candidatos acostumados com outras provas, mas é considerada pelos especialistas como a forma mais adequada de avaliar um grande número de estudantes. E esse é o caso do Enem, já que neste ano houve 8,7 milhões de candidatos inscritos.
Cada estudante tem cinco notas: uma para cada prova objetiva e uma para a prova da redação. As provas objetivas são as de ciências da natureza, ciências humanas, matemática e linguagens e códigos.
Uma das principais dúvidas sobre a TRI é o fato de que é impossível o aluno tirar nota 1.000 na prova de múltipla escolha (na redação, isso é possível). Por meio dessa metodologia, mesmo que o aluno acerte todas as 45 questões de cada prova, sua nota nunca será 1.000. Da mesma forma, um candidato que erre todas as questões não acaba com a nota zero (ou, no caso do Enem, a pontuação mínima, que é 200 pontos).
Isso acontece porque o exame dá pontos aos candidatos de acordo com uma escala. Ou seja, a nota do candidato não se trata diretamente do seu desempenho individual, mas de como ele se saiu dentro do conjunto dos demais candidatos. Por exemplo, quanto mais próximo da nota máxima, mais certeza é possível ter de que o estudante domina os conhecimentos exigidos na prova.
A grande dificuldade em mensurar seus próprios resultados se dá justamente por isso. Muitos candidatos não conseguem ter uma base apenas com seu próprio gabarito, já que sua média final depende também do desempenho dos outros candidatos. Outra grande crítica é o fato de colegas com números semelhantes de acertos terem recebido uma pontuação diferente.
A explicação para isso, segundo especialistas, é que, ao observar diversos aspectos do desempenho dos candidatos, além de apenas o número de acertos, a TRI também consegue prever se um estudante acertou uma questão por acaso, ou seja, se ele “chutou”, ao comparar essa resposta com as que ele deu para outras questões. Por isso, dois estudantes que acertem a mesma questão podem não receber a mesma pontuação por ela –se a questão é considerada difícil, e só um dos alunos acertou outras questões com o mesmo nível de dificuldade, esse aluno receberá mais pontos pelo acerto da questão específica.
Portanto, mesmo que não se tenha certeza da resposta, os professores afirmam que a melhor opção é chutar uma alterativa, porque, se a resposta for correta, a pontuação poderá ser pequena, mas será maior do que zero.
Como é calculada a nota do Enem
Feito por Marília Rocha